FED Alivia, COPOM Endurece: Mercado Recalibra Expectativas para Junho
A semana mais esperada do trimestre para o mercado financeiro global terminou com sinais contraditórios vindos de dois dos principais bancos centrais do mundo. De um lado, o Federal Reserve adotou um tom mais flexível do que o esperado. Do outro, o Copom brasileiro surpreendeu ao endurecer seu discurso, abrindo espaço para novos ajustes na Selic.
🇺🇸 FED: Inflação sob controle (por enquanto)
Jerome Powell trouxe alívio aos mercados ao declarar que o impacto da guerra tarifária – intensificada por Donald Trump – deve ser temporário. Apesar da pressão inflacionária, o presidente do Fed manteve o discurso de que o cenário atual não exige pressa para novos aumentos ou cortes, reforçando que a política monetária segue “bem posicionada”.
A Bloomberg destacou que os investidores ainda veem a possibilidade de dois ou três cortes de juros em 2025, especialmente se os dados do mercado de trabalho e inflação continuarem mostrando moderação. Esta semana será importante para testar essa narrativa, com a divulgação de:
Versão final do PIB do 4º trimestre
Índice PCE de inflação de fevereiro
Confiança do consumidor
Indicadores de atividade econômica
Discursos de membros do Fed
Esses dados devem ser cruciais para definir se o otimismo de Powell se sustenta ou será colocado à prova.
🇧🇷 COPOM: Aperto com recado duro
Enquanto o mercado esperava uma sinalização mais branda do Banco Central brasileiro, Gabriel Galípolo e sua equipe surpreenderam com um tom firme, indicando uma nova alta da Selic em maio, embora menor que 1 ponto percentual. Além disso, a porta segue aberta para mais um ajuste em junho, caso o cenário inflacionário não dê sinais mais claros de alívio.
A ata do Copom, que será divulgada nesta terça-feira, deve esclarecer melhor os motivos dessa decisão e indicar quais variáveis o BC está monitorando com mais atenção. Como apontou o Valor Econômico, o foco será entender até que ponto a desaceleração da economia justifica o aperto e qual deve ser o patamar terminal da taxa básica de juros.
💰 Orçamento 2025 e riscos fiscais
Apesar da aprovação do Orçamento de 2025 pelo Congresso, o mercado recebeu a notícia com ceticismo. A previsão de superávit de R$ 15 bilhões nas contas públicas parece otimista demais, ainda mais considerando que o programa Pé de Meia, que não foi incluído no orçamento, pode sozinho consumir ou até ultrapassar esse valor.
Segundo análise do Estadão, o cenário fiscal segue pressionado, e a execução das promessas do governo dependerá de revisões orçamentárias e novas fontes de receita, o que pode reacender preocupações com o equilíbrio fiscal.
🌍 Geopolítica: Ucrânia, Irã e a Europa em alerta
No plano internacional, os Estados Unidos seguem tentando acelerar um acordo de paz na Ucrânia, mas ao mesmo tempo aumentam a pressão conjunta com Israel sobre o Irã. Essa movimentação traz incertezas importantes, especialmente após declarações de Trump sobre um possível abandono da OTAN, o que alarmou aliados europeus.
O Financial Times destacou que a incerteza sobre a posição americana em relação à segurança coletiva pode impactar diretamente a confiança dos mercados globais.
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📌 Fontes Complementares:
Bloomberg – Expectativas do Fed após dados econômicos e inflação.
Valor Econômico – Análise da postura do Banco Central brasileiro e dos efeitos fiscais.
Estadão – Orçamento e desafios para 2025.
Financial Times – Tensão geopolítica e implicações econômicas globais.
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Esse é o Panorama MACRO desta semana. Fiquem atentos e bons negócios! 🚀